Seu Papel Na Sociedade em 2021

Já estamos no 10° dia de 2021 e o episódio 43 do Podcast LikeUs Training (nas plataformas Spotify, Deezer, Google Podcast e Apple Podcsat) inspirou o tema que proponho para você, leitor(a), ler e refletir com atenção! Junto com Edward Ross, o debate girou em torno do título “Metas Para o Novo Ano? Que Mentira!” – autoexplicativo. Porque já se passaram 240 horas do ano novo e as promessas ficam guardadas nas desculpas como Covid-19, férias escolares, preguiça propriamente dita etc.

Postergar é natural de uma mente sem propósito e cheia de mindsets tóxicos. Já aconteceu diversas vezes comigo. Em anos anteriores – aqueles que me faziam culpar a vida e a todos que nela vivem dos meus insucessos e não olhar para meu próprio umbigo -, sempre que chegava o mês de dezembro acontecia uma espécie de retrospectiva interna: o que fiz, deixei de fazer, arrependimentos, não-arrependimentos etc. Essas informações, condensadas, levavam-me ao senso comum de fazer promessas para o ano seguinte.

Obviamente não cumpria 1/3 do que foi proposto por mim mesmo.

Para ilustrar melhor por que nem colocava em prática muitas ações desejadas – parar de fumar, ganhar mais dinheiro, ganhar massa corporal (sou magrelo), entre incontáveis outras promessas ao longo das viradas de ano – imagine que você viverá sua vida de 1° de janeiro até 31 de dezembro como se fosse a fórmula adotada pelo Campeonato Brasileiro de Futebol, o sistema pontos corridos. Nele, todos os times jogam entre si duas vezes – dentro e fora de casa – e quem somar mais pontos é campeão. A equipe mais regular, do começo ao fim do ano, acaba levantando a taça, pois equilibrou bem sua temporada durante os meses de competição.

Passando para a vida, a tendência é que a maioria deixe de equilibrar durante 12 meses as promessas feitas antes da virada de ano. Logo largará para trás tudo o que havia imaginado menos de um mês antes. E ainda faltam 11 meses para o então ano novo se tornar velho! O ciclo vai se mantendo e se repetindo. Seria o mesmo que ver uma equipe liderar as cinco rodadas iniciais dos pontos corridos mas, depois, cair de produção e, ao término da competição, acabar nas últimas colocações (ou próximo).

Quando percebi que meu ciclo não se renovava, mandei o senso comum pra puta que o pariu e passei a refletir usando tudo o que havia adquirido de experiência – através de estudos, observações, tombos etc. Comecei a perceber que jamais cumpriria boa parte do que havia prometido. O carnaval em fevereiro já mudaria toda a configuração planejada anteriormente. Fazer uma promessa, mas não cumpri-la, tornava-me um homem pobre de espírito e apenas ‘mais do mesmo’ para as mulheres que desejava.

Numa das incontáveis epifanias que tive ao longo da vida, mais precisamente em 2014, fui desejar uma boa passagem de ano aos meus amigos e amigas numa mídia social muito famosa. Porém, quando já digitava o senso comum (aquelas mensagens tão instantâneas quanto cozinhar um Miojo, que só alimentam a roda do sistema), pensei numa frase que passei a adotar a cada dezembro: qual será o meu papel na sociedade e minha contribuição a ela no ano que vem?

Note: ouvimos pessoas próximas fazerem inúmeras promessas. Não há problema algum, desde que o cumprimento desses compromissos aconteça. Quando ele não ocorre, é porque houve falha em determinado ponto do processo. Isso nos “incentiva” a fazer o mesmo: prometer, mas não cumprir. Pior: ao longo dos anos, torna-se uma pessoa sem sal, relapsa, folgada, entre outros, pois não conseguiu dar andamento ao que se comprometeu e ainda se sente pressionado pela roda da vida – que não para de girar. Provavelmente culpará a mulher por eventual fracasso por exemplo.

Quando passei a mentalizar qual seria minha importância e contribuição à sociedade no ano seguinte, um novo mundo se abriu. Muito mais alegre, positivo, colorido. O peso de realizar algo que dificilmente concluiria foi substituído pela leveza de ajudar os outros no dia a dia. Não falo propriamente de trabalho voluntário – embora seja algo de suma importância para o seu desenvolvimento pessoal, uma vez que, ficar próximo às pessoas necessitadas, te fortalecerá -, mas sim de, no mínimo, respeitar a tudo e a todos no instante momento de abrir os olhos.

O altruísmo tem de ser genuíno, da alma. Ajudar ao próximo, ou a qualquer ser vivo, deve partir do teu coração e da auto aplicação visando o bem. Sem a mente aberta, de nada adiantará tentar fazer o bem: as pessoas notam sua energia e capacidade de sair do senso comum. Para isso, reveja suas promessas, ou melhor, suas atitudes.