Mais um artigo de David Wong para a Cracked, mudou a minha vida e espero que mude a sua, e para melhor.
Sinta-se livre para parar de ler isto se a sua carreira está uma maravilha, você tem o estilo de vida que sempre sonhou e está completamente contente com seus relacionamentos. Curta o resto do dia amigo, este artigo não é pra você. Está fazendo um excelente trabalho, estamos orgulhosos de você. Então, para que não sinta que desperdiçou um click, está aqui uma foto do Lenny Kravitz usando um cachecol gigantesco.
Para os demais, eu quero que experimente fazer algo: Liste cinco qualidades impressionantes suas. Mas há uma sacada – você não pode listar algo que você é (ex. “sou um cara gente fina”, ou “sou honesto”), mas ao invés disso, você só pode listar o que você faz (ex. “acabei de ganhar um torneio nacional de xadrez”, ou “faço a melhor feijoada na cidade”). Se achou isso difícil, bem, este artigo é pra você, e vai odiar ouvir. Em minha defesa, eu desejo que alguém me tenha dito isso lá pra 1995.
Nota: esse artigo foi postado originalmente em Dezembro de 2012, e até hoje atraiu 25 milhões de visualizações. Então, atingiu alguns. E regularmente atualizado conforme os tempos mudam.
6 – O Mundo Só Liga Para O Que Pode Obter De Você
Digamos que a pessoa que você mais ama acabou de levar um tiro. Ele ou ela está caído na rua, sangrando e gritando. Um cara chega às pressas e diz, “Saiam de perto.” Ele dá uma olhada na ferida de seu amado ou amada e saca um canivete – ele vai operar alí mesmo na rua.
Você pergunta, “Você é médico?”
O cara diz, “Não.”
Você diz, “Mas, você sabe o que está fazendo, certo: Você é enfermeiro ou..”
Nesse momento o cara fica irritado. Ele diz que ele é um cara legal, está bem intencionado, é honesto, sempre é pontual. Ele diz que é ótimo filho para a mãe dele e tem uma vida rica, cheia de hobbies, e ainda diz que nunca fala palavrão.
Confuso, você diz, “Que porra isso importa quando minha [esposa/mãe/amiga] ou meu [marido, pai] está caído aqui sangrando! Eu preciso de alguém que saiba operar feridas de bala! Você consegue fazer isso ou não?!?”
Agora o cara fica agitado – porque está sendo tão superficial e egoísta? Você não liga pra nenhuma das outras qualidades boas? Você não o ouviu dizer que ele sempre lembra do aniversário da namorada dele? Levando em conta tudo que ele faz de bom, realmente importa se ele sabe fazer uma cirurgia?
Nesse momento de pânico, você com suas mãos ensanguentadas vai sacudir ele pelos ombros, gritando, “Sim, estou dizendo que merda nenhuma dessa importa, porque nessa situação específica, só preciso de alguém que possa fazer o sangramento parar, seu doido, filho da puta.”
Então eis a terrível verdade sobre o mundo adulto: Você está exatamente nessa situação todo santo dia. Só que, você no caso, é um cara confuso com o canivete. Toda sociedade é a vítima baleada.
Se você quer saber porque a sociedade parece te rejeitar e parece difícil ser respeitado. É porque a sociedade está cheia de pessoas que precisam de coisas. Precisam de casas para morar, comida, precisam de entretenimento, precisam de relações sexuais satisfatórias. Você chega na cena dessa emergência, segurando um canivete, por virtude de seu nascimento – o momento que você entrou no mundo, se tornou parte de um sistema projetado puramente para satisfazer as necessidades das pessoas.
Ou você se prontifica ao trabalho de visar essas necessidades ao aprender um conjunto único de habilidades, ou, o mundo irá lhe rejeitar, não importa o quão inofensivo e respeitoso você é. Você vai ser pobre, sozinho e deixado de fora. Isso parece cruel, crasso ou materialista? E quanto ao amor e gentileza – isso não importa? É claro. Contanto que resulte em você fazer coisas para pessoas que elas não conseguiriam em outro lugar. Pois, sabe…
5 – Os Hippies Estavam Errados
Para aqueles que não podem ver vídeos, esse é o famoso discurso do Alec Baldwin na obra-prima cinematográfica Glengarry Glen Ross. O personagem de Baldwin – quem você presume ser o vilão – fala com uma sala cheia de homens e ele os escracha, dizendo que todos estão para serem despedidos, a não ser que eles “fechem” as vendas que lhes foram dadas.
“Um cara legal? Não estou nem aí. Bom pai? Foda-se! Vá pra casa brincar com seus filhos. Se você quiser trabalhar aqui, feche.”
É brutal, grosseiro e à beira da psicopatia, mas é também uma honesta e precisa expressão do que o mundo irá esperar de você. A diferença é que, no mundo real, as pessoas consideram ser tão errado falar com você dessa forma, que decidiram ser melhor simplesmente deixar com que você fracasse.
Essa cena mudou a minha vida. Colocaria o despertador para tocar ela toda manhã, se soubesse como. Alec Baldwin foi nomeado ao Oscar por esse filme e essa é a única cena que ele aparece. Na verdade, a genialidade desse discurso é que, metade dos que assistem pensam que o objetivo da cena é “Nossa, como será que deve ser, ter um chefe cuzão desse jeito?” e a outra metade pensa, “É isso aí caralho, vamos lá vender essa porra!”
Ou, como o blog do Último Psiquiatra colocou:
“Se estivessem naquela sala, alguns de vocês entenderia aquilo como trabalho, mas se sustenta com a energia da mensagem de qualquer forma, estar aberto ao treinador te xingar, ‘esse cara é demais!’, enquanto alguns irão levar pessoalmente, esse cara é cuzão, você não tem o direito de falar comigo assim, ou – a manobra padrão, onde o narcisismo é confrontado com uma força maior – silenciosamente fantasiando encontrar informação que iria o expôr como um hipócrita. Tão satisfatório.”
Esse extrato é de uma crítica, cheia de insights, da cultura “hipster” e de porque eles têm tanta dificuldade para arrumar emprego (e não faz justiça ao artigo, vá ler ele por inteiro), onde o ponto principal do artigo é que a diferença dessas duas atitudes – amargo vs. motivado – determina se você irá ter sucesso neste mundo. Por exemplo, algumas pessoas querem responder àquele discurso com a fala do Tyler Durden do Clube da Luta: “Você não é seu trabalho.”
Mas, bem, na verdade, você é totalmente. Claro que vale ressaltar que, seu “trabalho” e sua fonte de renda podem não ser a mesma coisa, mas em ambos os casos, você é nada mais do que a soma do total de suas habilidades. Por exemplo, ser boa mãe é um trabalho que requer habilidade. É algo que alguém faz que é útil para outros na sociedade. Mas não se engane: Seu “trabalho” – o algo útil que você faz pelos outros – é tudo que você é.
Existe um motivo pelo qual cirurgiões são mais respeitados do que comediantes. Existe um motivo pelo qual mecânicos são mais respeitados do que hipsters desempregados. Existe um motivo para o seu trabalho virar o seu rótulo se a sua morte acabar nos jornais (“Atacante da Série-A é assassinado em caso de crime passional”). O Tyler falou, “Você não é o seu trabalho,” mas ele também começou e trabalhava numa empresa de sabonetes de sucesso e se tornou o líder de um movimento sócio-político, Ele era totalmente o trabalho dele.
Ou, pense dessa forma: Lembra quando a Barilla se pronunciou contar o casamento gay? E agora, apesar dos protestos, a empresa continua a vender, todos os dias, milhões em massa. Não significa que todos concordam com eles; é porque eles fazem um bom trabalho ao fabricar excelentes massas. E é só isso que importa. Você não precisa gostar. Eu não gosto quando chove no dia do meu aniversário. Mas chove de qualquer forma. As nuvens formam precipitação, simplesmente acontece. Pessoas têm necessidades e portanto atribuem valor às pessoas que as satisfazem. Esses são mecanismos simples do universo, e eles não respondem aos nossos desejos.
Se você protestar e dizer não ser um capitalista superficial e materialista. E que você discorda de dinheiro ser tudo nesse mundo, eu só posso dizer: Quem falou qualquer coisa sobre dinheiro? Você está ignorando a maior questão.
4- O Que Você Produz Não Precisa Ganhar Dinheiro, Mas Precisa Beneficiar As Pessoas
Vamos tentar um exemplo não-monetário para que não fique tão fixado. O público para qual a Cracked escreve é representado por homens de 20 e poucos. Então, em nossos murais de mensagens e várias caixas de entrada, leio várias dúzias de histórias todo ano de homens miseráveis e solitários que insistem que mulheres nem chegam perto deles apesar do fato de eles serem os caras mais legais e gentis no mundo (hoje em dia, eles adotaram o rótulo de “incel”). Posso explicar o que está errado nesse mindset, mas provavelmente seria melhor se o Alec baldwin explicasse:
Nesse caso, Baldwin interpreta o papel das mulheres lindas na sua vida. Elas não são curtas e grossas como ele – a sociedade nos treinou a não sermos tão honestos com os outros – mas a equação é a mesma. “Cara legal? Foda-se, quem importa? Se quiser trabalhar aqui, feche.”
Então, o que você agrega aos outros? Porque aquela garota na livraria, pela qual você vive sonhando, hidrata o rosto dela por uma hora toda noite e se sente culpada toda vez que ela come algo que não seja salada pro almoço. Ela será uma cirurgiã em 10 anos. O que você faz?
“O que? Então está dizendo que não consigo garotas assim a não ser que eu tenha um bom emprego e ganhe muito dinheiro?”
Não, o seu cérebro vai diretamente para essa conclusão para que você tenha uma desculpa para ignorar todos que te rejeitam ao presumir que elas estão sendo superficiais e egoístas. Quero saber o que você oferece. Você é esperto? Engraçado? Interessante? Talentoso? Ambicioso? Criativo? Certo, agora, o que faz que demonstra esses atributos ao mundo? E não diga que você é um cara legal – isso é o mínimo. Garotas bonitas têm cara sendo legais com elas 36 vezes por dia. O paciente está sangrando na rua. Você sabe operar ou não?
“Bem, não sou sexista ou racista ou ganancioso ou superficial ou abusivo! Não como esses filhos da puta!”
Desculpe-me, sei que é difícil de ouvir, mas se tudo que você pode fazer é listar um monte de falhas que você não tem, então se afaste do paciente, caralho. Há um cara esperto com uma carreira promissora pronto para entrar em ação e operar.
Isso parte seu coração? Certo, e agora? Vai ficar se lamentando, ou vai aprender a fazer cirurgia? É contigo, mas não reclame de como garotas se apaixonam por canalhas; elas se apaixonam por esses canalhas porque eles têm mais a oferecer. “Mas eu sou um excelente ouvinte!” É mesmo? Pois, só porque está disposto a sentar quieto em troca de uma chance de estar próximo a uma garota bonita (e passar cada segundo imaginando o quão macia a pele dela deve ser)? Bem, adivinha só, há outro cara na vida dela que também sabe fazer isso, e ele toca violão. Dizer que você é um cara legal e igual a um restaurante cujo único ponto de venda é que a comida não vai te deixar mal. Você é como um filme cujo título é Esse Filme É Em Português, e a legenda é “Os atores estão claramente visíveis.”
Acho que por isso é possível ser um “cara legal” e ainda sentir-se mal consigo mesmo…
3 – Você Se Odeia Porque Não Faz Nada
“Então, está dizendo que devo comprar um livro de como pegar garotas?”
Somente se um dos passos nesse livro for “Passe a se transformar no tipo de pessoa que as garotas querem.”
Porque esse é o passo que sempre pulam – é sempre “Como consigo um emprego?” e não “Como me tornar o tipo de pessoas que as empresas querem?” É “Como faço com que garotas bonitas gostem de mim?” ao invés de “Como eu me torno o tipo de pessoa que as garotas bonitas gostam?” Veja, porque o segundo pode muito bem exigir que você desista de muito dos seus hobbies favoritos e passar a dar atenção à sua aparência, e Deus sabe o que mais. Até talvez, precisar mudar a sua personalidade.
“Mas porque não posso encontrar alguém que simplesmente goste de mim como sou?” você pergunta. A resposta é porque os seres humanos têm necessidades. A vítima está sangrando e tudo que você pode fazer é olhar e reclamar que não há mais feridas de bala que simplesmente se consertam por si?
Vai aí outro vídeo:
Todos que assistiram o vídeo ficaram instantaneamente um pouco mais felizes, apesar de não serem todos pelo mesmo motivo. Você pode fazer isso pelas pessoas? Porque não? O quê te impede de colocar a tanga e capa proverbial e ir ao palco proverbial e balançar o seu pênis proverbial para as pessoas? Aquele cara sabe o segredo da vitória na vida humana: que fazer … seja lá o que você chamaria aquilo … foi melhor que não fazer.
“Mas eu não sou bom em nada!” Bem, tenho boas notícias – pratique com horas o suficiente de repetição e você pode ficar meio que bom em qualquer coisa. Eu era uma merda escrevendo quando criança. Era um pouco melhor aos 25. Mas enquanto fracassava terrivelmente na minha carreira, escrevia nas horas vagas por oito anos consecutivos, um artigo por semana, antes de ganhar sequer um centavo disso. Levou 13 anos para que eu ficasse bom o suficiente para chegar à lista dos best-seller do New York Times. Levou provavelmente umas 20,000 horas de treino para tirar o ruim.
Não gosta nem de pensar em jogar tantas horas numa habilidade? Bem, tenho boas e más notícias. A boa é que o simples ato de treinar fará com que você já saia da mediocridade – passei por anos de trabalho de escritório tediosos porque sabia que estava aprendendo uma habilidade única paralelamente. Pessoas desistem porque demora demais para ver os resultados, porque não conseguem perceber que o processo é o resultado.
A má notícia é que você não tem outra escolha. Se quer trabalhar aqui, feche.
Pois na minha opinião não especializada, você não se odeia porque tem autoestima baixa ou porque pessoas foram más contigo. Você se odeia porque não faz nada. Nem você consegue “amar você assim como ” – por isso você está na merda me mandando mensagens privadas me perguntando o que acho que você deve fazer da vida. Faça as contas: Quanto de seu tempo é gasto consumindo o que outros fizeram (TV, música, videogames, redes sociais) versus fazer o seu próprio? Somente um desses acrescenta o seu valor como ser humano.
“Mas o sistema todo é corrupto e à beira de um colapso, que diferença que isso faz?” Amigo, se o sistema cair, pegue tudo que falei acima e multiplique por mil. A pessoa sem habilidades e objetivos não será dado alimento. Os novos mestres podem hastear a bandeira da igualdade, mas você vai notar que, aos poucos, os talentosos e carismáticos ainda vão se dar melhor. Isso não vai mudar no seu tempo de vida, ou no tempo de seus netos.
2 – O Que Você É Por Dentro Só Importa Pelo Que Te Obriga A Fazer
“Mas, é o que temos por dentro que conta! Minha mãe disse!”
Trabalhando no meu ramo, conheço dezenas de aspirantes a autores. Eles pensam de si como autores, se apresentam como autores em festas, eles sabem que lá no fundo, eles têm um coração de autor. A única coisa que falta é aquele pequeno passo final, onde eles realmente escrevem.
Mas realmente, isso importa? “Escrever” é realmente importante quando se está decidindo quem é ou quem não é verdadeiramente um “autor”?
Meu Deus do céu, sim.
Veja, existe uma defesa comum para tudo que eu disse até agora, e para toda voz crítica em sua vida. É o que seu ego está lhe dizendo para fazer com que você não faça o trabalho necessário para melhorar: “sei que sou boa pessoa por dentro.” Pode também ser montado como “sei quem sou” ou “só tenho que ser eu mesmo.”
Não me entenda errado; quem você é por dentro é tudo – o cara que construiu uma casa para sua família do nada, fez por ser quem ele é por dentro. Tudo que você já fez de ruim começou com um impulso ruim, algum pensamento que estava fixado em sua cabeça, até você agir. E tudo que já fez de bom é a mesma coisa – “quem você é por dentro” é a terra metafórica de onde seu fruto cresce. Mas há o que todos devem saber, e que muitos de vocês não conseguem aceitar:
“Você” é nada além do fruto.
Ninguém liga pra sua terra. “Quem você é por dentro” é inválido além do que isso produz para os outros.
Por dentro, você tem compaixão pelos pobres. Ótimo. Isso resulta em você fazer algo a respeito? Você ouve falar de uma terrível tragédia em sua comunidade e diz, “Oh, pobres crianças. Rezarei por eles”? Pois vai se foder se for isso – descubra do que eles precisam e ajude a providenciar. Cem milhões de pessoas mandam suas rezas e considerações após toda tragédia. O que o poder coletivo de todas essas boas vibrações fez? Porra nenhuma. Crianças morrem todos os dias porque milhões de nós diz para nós mesmos que se importar é tão bom quanto fazer. É um mecanismo interno controlado pela parte preguiçosa de nosso cérebro para fazer com que você não faça esforço.
Quantos de vocês andam por aí agora mesmo dizendo, “Ele/ela me amaria se ele/ela somente soubesse o quão interessante eu sou!” Mesmo? Como todos esses pensamentos e idéias se manifestam no mundo? O que eles te levam a fazer? Se a sua garota ou garoto dos sonhos tivesse uma câmera escondida que te seguisse por toda parte por um mês, eles ficariam impressionados com o que assistissem? Lembrem-se, eles não têm como ler a sua mente – eles só podem observar. Eles vão querer fazer parte daquela vida?
Porque, tudo que peço de você é aplicar o mesmo nível para si que você aplica para os outros. Você não tem aquele amigo crente chato cuja única oferta para ajudar alguém é “rezar por ela”? Isso não te enlouquece? Nem estou comentando se rezas funcionam ou não; isso não muda o fato deles escolherem um tipo de ajuda que não vai necessitar que eles levantem do sofá. Eles abstém de todo vício, pensam pensamentos puros, a terra interna deles é o mais puro possível, mas que frutos ela dá? E eles devem saber disso melhor que qualquer um – eu roubei a metáfora da fruta da Bíblia. Jesus disse algo a efeito de “uma árvore é julgada por seu fruto” vez após vez. Certo, Jesus nunca disse, “se você quiser trabalhar aqui, feche.” Não, ele disse, “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada na fogueira.”
As pessoas não reagiram bem ao serem ditas isso, assim como o vendedor não reagiu bem ao Alec Baldwin dizendo que eles tinham que brotar colhões ou pedir demissão e ir engraxar sapatos dele. Que nos traz ao ponto final …
1- Tudo Dentro De Você Irá Lutar Contra Melhora
A mente humana é um milagre, e você nunca verá ela entrar em ação de forma mais eficiente quando luta contra evidências de que ela precisa mudar. Sua psique é equipada com camada após camada de mecanismos de defesa projetados para rejeitar qualquer coisa que irá mudar a sua vida de como exatamente ela é – pergunte a um viciado. Então, até mesmo agora, alguns de vocês lendo isto estão sentindo seu cérebro te bombardear com motivos imediatos para rejeitar. Falando da minha própria experiência, posso afirmar que esses vêm em forma de …
*Intencionalmente Interpretar Qualquer Crítica Como Insulto
“Quem é ele para me chamar de preguiçoso! Uma pessoa boa nunca falaria comigo dessa forma! Ele escreveu este artigo todo para se sentir superior a mim e fazer com que eu me sinta mal com a minha vida! Vou pensar num insulto pra igualar o placar!”
*Focar No Mensageiro Para Evitar Ouvir A Mensagem
“Quem é esse cara para me dizer como devo viver a minha vida? Oh, ele é tão fodão e poderoso! É só um autor idiota na internet! Vou cavar alguma sujeira sobre ele que irá me reassegurar que ele é um idiota, e que tudo que ele diz é idiotice! Esse cara é tão pretensioso, me faz querer vomitar!”
*Focar No Tom Para Evitar Ouvir O Conteúdo
“Eu vou cavar por isso tudo até encontrar uma piada que seja ofensiva quando tirada de contexto, e aí falar e pensar sobre isso! Ouvi dizer que uma única palavra ofensiva pode acabar com um livro!”
*Revisar A Sua Própria História
“As coisas não vão tão mal! Eu sei que estava ameaçando suicídio no mês passado, mas estou melhor agora! É totalmente possível que se eu simplesmente continuar fazendo exatamente o que vinha fazendo, eventualmente tudo vai entrar nos eixos! Vou ter a oportunidade de minha vida, e se eu continuar fazendo favores para aquela gatinha, eventualmente ela irá mudar de idéia!”
*Fazer De Conta Que Qualquer Desenvolvimento Pessoal Irá Trair O Seu Verdadeiro Eu
“Ah, então acho que devo sumir com todos meus mangás e ao invés disso ir à academia por seis horas por dia e fazer bronzeamento artificial? Porque essa é A ÚNICA OUTRA OPÇÃO.”
*Atrasar Qualquer Desenvolvimento Pessoal Até Que O Mundo Mude Para Te Acomodar
“Se eu trabalhar bastante, só vou perpetuar um sistema corrupto! Dado, o sistema não tem sequer motivo para me ouvir, contanto que eu não contribua nada, assim garantindo que nunca estarei numa posição para ajudar a mudar!”
E por aí vai. Lembrem-se, a miséria é confortável. Por isso tantos a preferem. Felicidade depende de esforço. Também, coragem – é incrivelmente confortável saber que contanto que você não crie nada em sua vida, então ninguém poderá atacar o que você criou. É muito mais fácil sentar e criticar as criações dos outros. Esse filme é idiota. Os filhos daquele casal são uns merdinhas. O relacionamento daquele casal é uma merda. Aquele cara rico é superficial. Esse restaurante é uma merda. Esse autor de internet é um bosta. É melhor eu deixar um comentário maldoso exigindo que o site o demita. Viu, eu criei algo.
Ah, espere, esqueci de mencionar aquela parte? Sim, seja lá o que você tentar construir ou criar – seja um poema, uma habilidade nova ou um novo relacionamento – você se encontrará imediatamente cercado por não-criadores que diminuem aquilo. Talvez não na sua cara, mas farão. Seus amigos bêbados não querem que você pare de beber. Seus amigos gordos não querem que você faça um regime e malhe. Seus amigos desempregados não querem que você embarque em uma carreira.
Simplesmente lembre-se de que só estão expressando seus próprios medos, já que diminuir o trabalho de outros é mais uma desculpa para fazer nada. “Porque devo criar qualquer coisa quando as coisas que os outros criam são uma merda? Teria escrito um livro, mas vou esperar algo melhor, não quero escrever o próximo Crepúsculo!” Contanto que nunca produzem nada, seu trabalho será sempre perfeito e além da reprovação. Ou se produzem algo, certificam-se de fazer com um desapego irônico. Eles fazem mal feito intencionalmente para deixar claro pro mundo que isso não é seu real esforço. O real esforço deles teria sido incrível. Não como a merda que você faz.
Não seja aquela pessoa. Se você for, não seja mais. É isso que faz as pessoas odiarem você. É isso que faz você se odiar.
Então, que tal isso: daqui um ano, esse é nosso prazo. Enquanto outros estão lhe dizendo “Vamos fazer uma promessa de ano novo para perder 15 quilos esse ano!” Vou dizer vamos fazer promessa de fazer qualquer coisa – adquirir uma habilidade, qualquer melhora para sua caixa de ferramentas humana, e ficar bom naquilo para poder impressionar. Não me pergunte o que – caralho, escolha algo do nada se você não sabe. Faça karatê, dança de salão ou cerâmica. Aprenda a assar. Construa uma casa de passarinho. Aprenda massagem. Aprenda uma linguagem de programação. Grave um pornô. Adote uma persona de super-herói e lute contra o crime. Comece um vlog no YouTube.
Mas a chave aqui é, não quero que foque em algo grande que você fará acontecer pra você (“Vou arrumar uma namorada, vou ganhar um monte de dinheiro …”). Quero que você simplesmente foque em adquirir uma habilidade que fará com que você seja um pouco mais interessante e valioso aos outros. “Eu não tenho grana para fazer uma aula de culinária.” Então dê uma merde de Google “como cozinhar.” Caralho, você tem que matar essas desculpas. Ou elas que vão te matar.
Você não tem nada a perder, e o mundo precisa de você, mais do que nunca.